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Com base na reflexão sobre os processos de exploração/dominação fundados no período colonial em território brasileiro, buscamos, neste artigo, relacionar a instituição do sistema capitalista moderno colonial no tempo histórico da colonização com as marcas visíveis e invisíveis da colonialidade de gênero (Lugones, 2008) sobre os corpos de mulheres brasileiras (indígenas, negras, mestiças e brancas) no tempo presente. Por meio da revisão bibliográfica sobre a produção de intelectuais feministas negras brasileiras (Gonzalez, 1984; Carneiro, 2003; Ribeiro, 2017), de latino-americanas (Lugones, 2008; 2014; Anzaldúa, 1987) e da ideia de lócus fraturado, apresentamos uma proposta feminista decolonial que permita, ao mesmo tempo, a superação da perspectiva identitária fundada nas hierarquias e dicotomias que mantêm o funcionamento do Sistema Moderno/Colonial de Gênero heteropatriarcal, racista e capitalista; e a articulação entre movimentos feministas e de mulheres baseada na escuta radical das múltiplas experiências de sujeitas marcadas de forma desigual pela colonialidade de gênero.
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